sábado, outubro 9

Nem pedras e pedregulhos...


E quando você se afadigar pelo caminho
Sentir vontade de carinho
E quiser voltar atrás
Vou estar ali bem no cantinho
Ao teu lado lhe sorrindo
Lhe oferecerei a minha paz.

Quando teus pés esquecerem como andar
Se acaso o teu coração se amedrontar
Vou arrancar de ti suspiros com risos
E a canção mais linda
Pra você vou poetizar.

E se por acaso me perguntares
Onde encontro tanta ânimo 
Vontade de ser feliz
Lhe responderei,amor
 Apenas o que meu coração me diz:
 É que pedras e pedregulhos tornam-se pequenos 
Quando se tem ao lado o alguém que sempre se quis.






sexta-feira, outubro 8

Tudo e Nada


Uma noite e um luar
Um beijo e um carinho

Abraços e um olhar
Aconchego é como ninho
                             
Um  silêncio e um riso
Um pedido  e um sim

Uma rua e uma calçada
 Uma rosa do jardim

Uma mão e um rosto
Um pescoço e uma mordida

Um colo e um cafuné
Um coração,várias batidas

Um verso e um poema
Uma melodia e uma canção

Eu e você pra sempre
matando a cada dia a solidão.

Amélia e Fernando


Apesar de tudo eram felizes.Casal normal,comum até demais,tão pouco tempo juntos e as incomodas manias de ambos começavam a manifestar-se.A frase que Amélia vivia a pronunciar resumia-se em "Que coisa! Quando namorávamos você não era assim!"
Ele nunca revidava a essa provocação,ou talvez o fizesse,nenhuma mulher gosta de ser ignorada e ele simplesmente lhe dava as costas,atirava-se no sofá e pedia delicadamente " Coloca a pipoca no microondas pra mim?"
Realmente era uma provocação,o estopim para o início de uma longa e tensa D.R,onde só ouvia-se a voz aguda e trêmula de Amélia fazendo centenas de reclamações enquanto ele proferia-lhe vocábulos desinteressados tão calmamente que quem ouvisse tudo aquilo,a intitularia de mulherzinha insuportável e ele seria julgado como o capacho da história.
Depois de um tempo Amélia sempre cansava-se de conversar com um homem robô programado para desdenhar de seus sentimentos e de suas lamúrias.Todas as vezes em que esse episódio se repetia,Amélia saia pisando alto e quando chegava no corredor corria para o quarto com os olhos já cheios d'água e os nós da garganta desfazendo-se abruptamente,passava horas e horas remoendo tudo aquilo,procurando razões para as atitudes de Fernando,os soluços interrompiam sua voz,que sussurrava baixinho vários porques.
Em poucos minutos o travesseiro já estava encharcado de suas lágrimas e os olhos vermelhos,ela já havia parado de chorar e começava a pensar em outras coisas,fazia planos pro dia seguinte,planos banais,coisas do cotidiano,mas essa era uma de suas maiores qualidades, a organização.
De repente,Fernando batia na porta sussurrando delicadamente seu nome,ao passo que não ouvia resposta silenciava,dando continuidade á sua insistência depois de uma pequena pausa.Ele sempre recebia como resposta,depois de um tempo curto parado na porta, um "Entre,está aberta".
A fechadura girava tão vagarosamente,que era capaz de refletir perfeitamente o arrependimento de Fernando.Na verdade ele a amava,e a amava muito.Mas Amélia tinha um temperamento muito difícil e ele nunca sabia qual seria a reação certa a tomar em situações como essa.
Ele sempre fora mais calmo,reservado e talvez até um pouco zen.Amélia era toda espoleta,sensível ao extremo,era de uma meiguice sem descrição que lhe caia bem.
Fernando via em Amélia a realização de toda sua felicidade,e ela o tinha como sua felicidade.
Fernando sempre chegava mais cedo do trabalho e adorava preparar um jantar bem feito antes que ela chegasse,Amélia quase não notava muito,talvez tenha caído na rotina.Meio chateado ele havia parado de fazer o jantar além de muitas outras coisas,como escrever bilhetes todos os dias pela manhã e colar na geladeira dizendo o quanto a amava.
Mas,muito antes Amélia havia parado de fazer algumas coisas para agradá-lo também,não passava mais na lanchonete da outra rua para comprar o chocolate que ele adora e nem levava-lhe o café na cama,Fernando quase não percebia os detalhes; o chocolate quase sempre vinha com uma declaração de amor escrita na embalagem e ela amava desenhar corações e escrever com a comida,ele nem lia mais e, se o fazia não demonstrava interesse algum[...]




O amor não é claro e nem direto, é um pouco tímido,um sentimento desastrado e sempre inexperiente que parece mais uma criança que não sabe se cuidar.
Vive atrás de corações para morar,é carente ao extremo,não suporta viver só,precisa de atenção em tempo integral e sente ciúmes até do que não lhe pertence.

Ah,o amor! Tão tolo e tão infantil.
Só sabe buscar felicidade onde não 
se pode encontrar.