sábado, novembro 13

Destinário : Ele

Revirando meus rascunhos acabei por encontrar o que escrevi pra que Ele pudesse ler.Infelizmente não leu,na verdade nem dava tanta importância assim pro que eu dizia e muito menos para o que eu escrevia.
Hoje,depois deste amor que era só meu ter morrido aqui dentro de mim, foi bom ter visto através desta verdadeira declaração que fiz a Ele o quanto eu posso tornar-me uma pessoa melhor quando estou amando alguém.




Meus sentimentos são tão reais, estão tão vivos,praticamente tocáveis e você  e não vê.Eu me preocupo contigo, com seus pensamentos,com o que acontece com você e você nem percebe.
Eu não tive culpa de não saber amar somente como amiga,não fui a culpada por ver em você um mistério que eu queria desvendar.Você mesmo sabendo,não me compreende!
Me confunde com suas palavras e com essas suas atitudes imprevisíveis.Me perco pensando se você tem medo de amar, se você já sofreu  por amor.
Me encorajo a dizer-te,a oferecer-te o remédio para as cicatrizes do teu coração,mas retorno a minha covardia e permaneço calada,amando silenciosamente.
Eu sinto a verdade desse sentimento,mesmo que não haja a reciprocidade que eu queria.Eu sei te amar na mesma intensidade como se houvesse,entendo seus defeitos e até ignoro-os.
Eu queria que você visse em mim,aquilo que eu vejo em você.Talvez não tenha tudo o que desejas para lhe oferecer, mas garanto que o meu melhor posso lhe dar.
Vou te compreender, te proteger, te respeitar, rir das suas tolices, chorar as tuas tristezas e entender tuas fraquezas.Vou amar-te exatamente como és e jamais pedireis para que sejas outra pessoa.
Serei teu tudo e teu nada.
Na verdade,eu queria apenas ser a tua pequena amada.

A B ... Ih! Esqueci.





Nem sequer aprendi a escrever ainda,ando como criança balbuciando palavras e em sua maioria confusas e embaraçosas.Eu ainda nem aprendi esse alfabeto complicado que a Vida teima em tentar ensinar-me a ler.
Minha cartilha desse ABC tão desordenado e complicado de se entender anda pelos quatro cantos da casa,rabiscada e faltando folhas.Essas páginas eu arranquei,julguei desnecessário aprender a Sofrer,a Perder e me Calar para Ouvir.
Porém,a Vida professora tão paciente e persistente nunca cansou-se de tentar ensinar-me novamente,deu-me outra cartilha com novas lições,pedindo para que eu ao menos tentasse aprender.
Bem que eu me esforcei,mas sou um pouco desobediente,uma educanda desaplicada,meu boletim é repleto de notas vermelhas e eu não consigo me acostumar a esta rotina de tentativas quase sempre frustradas.
Esta nova cartilha eu não rasurei e nem despedacei,e em meio às difíceis novas lições encontrei algumas que chamaram muito minha atenção,mesmo que eu ainda não soubesse o que significavam e muito menos soubesse lê-las.
Acabei pedindo então à querida professora Vida que me ensinasse,mas desta vez iria dar o melhor de mim,passaria noites em claro se preciso fosse,deixaria de lado as coisas que mais gosto para dedicar-me exclusivamente a estas lições.
Ela como sempre me apoiou mas deixou bem claro que poderia somente auxiliar-me em minhas descobertas,pois aprender a Amar,Perdoar,a Persistir e a Levantar depois de Cair dependeria somente e exclusivamente de mim mesma.





A cada dia aprendo uma nova lição.
Hoje aprendi a Esperar mais e a 
Correr atrás daquilo com o qual vivo
 a Sonhar,pois não há nenhuma cartilha 
da Vida que nos ensine a Desistir .

quinta-feira, novembro 11

E agora?


E o que fazer quando as palavras resolvem se ausentar?
Como agir quando um simples olhar faz estremecer todo corpo?
O que falar quando não se pode dizer o realmente se sente?
Como controlar um coração que insiste em querer 
o que não pode ter?

O que fazer com o silêncio quando ele resolve se hospedar?
Como separar a razão da emoção pra tentar entender esse "talvez"?
Como abstrair uma coisa que é tão boa de sentir?
Afinal,porque te quero tanto assim?

E essas coisas do coração?


E os fatos só vieram revelar o que teoricamente eu já sabia,não sei lidar com as coisas do coração.
Eu ainda não aprendi as lições por mais que tente chegar a uma resolução.Vivo rabiscando amores, procurando a felicidade fora de mim e dentro dos outros.
Acho que ainda não cresci, meu coração ainda é imaturo, despertou-se faz tão pouco tempo,ainda é inocente e frágil, não tem forças pra se defender,pra lutar.
Percebi que ainda sou criança e ainda não aprendi as regras pra brincar de amor,talvez por isso eu esteja sempre perdendo.Carrego em mim os sentimentos mais infantis que existem, não sei lidar com percas,com mágoas e muito menos com a solidão;solidão me perturba,me incomoda,provoca o caos dentro de mim.Ainda vivo de sonhos utópicos,não sei desvencilhar-me das idealizações afetivas que cultivo.
Meu coração parece criança indecisa,vive se alimentando do "talvez", aceita o "quase" sem pestanejar,esquece que agora é tempo de crescer,de deixar pra trás essa infantilidade que se distingue claramente de infância.
Ultimamente tenho sentido necessidade de amadurecer,ofuscar um pouco essa pequena menina que me habita e dar lugar a   uma mulher, não é isso que tenho que me tornar? Quero verdadeiramente aprender com minhas caminhadas errôneas e não esquecê-las rapidamente como fiz até hoje.
Preciso arrancar do meu peito todas as minhas utopias inúteis e dar lugar a sonhos mais palpáveis.Necessito neste momento,viver mais a realidade, o desapego e a certeza ao  invés das minhas dúvidas infantis.
Quero tornar-me andarilha,passar por caminhos que evito sempre por ser insegura,tenho que aprender a falar mais com as palavras do que com os olhos,nem todos são capazes de decifrá-los.Quero tanto que optei por agir.
Deixarei este casulo que já não me comporta tão bem para desbravar o céu sem medo de lançar-me ao vôo.


Esse coração de criança 
inconsequente não combina muito comigo,
eu que para os outros aparento ter crescido tanto,
 vivo guardando dentro de mim os sentimentos
 de alguém que ainda não cresceu.


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