Ela era bem comum, de longe previsível, de perto bem humana.
Aparentemente não possuía notáveis singularidades, as quais só tornavam-se perceptíveis aos olhos alheios depois que ela revelava-se, unicamente.Era de uma fragilidade desmedida, porém bem disfarçada.
Não era doce demais e nem muito amarga, havia um equilíbrio raro entre meiguice e ferocidade.Ela carregava em sua face um par de olhos negros esbugalhados que adoravam fitar outros, falava silenciosamente com o olhar e quase sempre entendiam-lhe.
Sorriso largo e timbre melodicamente agradável.
Sabia usar muito bem seu sarcasmo, ela possuía uma tímida sinceridade em todos os gestos.
Confundia sentimentos e intenções, talvez por ter carência de afeto ou quem sabe por ser demasiadamente intensa e amável.
Ela esquecia seus ressentimentos tão depressa quanto magoava-se.Era quieta,calada e pensativa. Mas quando queria transformava-se inversamente e na mesma intensidade.
Era diferente,coisa nunca vista,ser em constante mutação.
Mas como eu bem dizia, ela era bem comum, de longe previsível, de perto bem humana.