E a cura?

E se você já não quiser ficar

É melhor nem aparecer de vez em quando

insinuando sempre esse "Eu te amo"

Que eu não gosto nem mesmo de lembrar.

Vai-te embora! Parte de uma vez

Carregue contigo os teus bens e leve tuas malas, 

Te devolvo teus risos, carinhos e até tuas falas

E quem sabe as juras de amor que um dia me fez.

Te devolvo os nossos beijos e as lembranças

as fotos de nós dois e até tuas velhas poesias

Te mando de volta aqueles teus sonhos, as fantasias

E as nossas brincadeiras inocentes de criança.

Eu te devolvo todas as coisas. Juro!

Agora, podes partir

Eu sei que vai doer em mim

Mas com o tempo, um dia eu curo!

Não lamente não, só se vá! Nem tenha pena, eu me cuido.

Só não fique aqui me atiçando, se nem tens amor pra dar.

Saudade

Precisando arrumar um tempo pra mim!

Parece egoísmo, mas é saudade mesmo.Saudade de quem deixei de ser, sem nem mesmo perceber...

Tempo

A gente perde tanto tempo olhando para trás

 querendo reviver coisas tão banais

 esquecendo que ainda existe um futuro

 preferindo nos acomodar.

 Ignorando o sol que nasce lá fora

 fechando os olhos pra ver se vai embora 

essa vontade louca de amar, de sorrir

De despertar pra vida!

Enquanto a vida chama, a gente fecha 

a porta do coração e avisa que vai dormir.

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Ciclos, facetas e amores

Na verdade, o amor nunca acaba, ele só se transforma em outro sentimento quando não é correspondido.

Não acredito nesse "Não era amor ." Vai ser sempre amor, talvez  com menos intensidade por não ter tido tempo suficiente para amadurecer ou, demasiadamente intenso e cheio de recordações, carregado de experiências.

O amor tem dessas de trocar de estrada quando menos esperamos, às vezes escolhe o afeto para trilhar, outrora a indiferença, quem sabe a amizade.

Vive de ciclos, de tempos, de ventos, sementes, tempestades e outras coisas mais. Porém, nunca morre.

Digamos que o amor é como uma pedra bruta que nem sempre precisa ser lapidada, mas em alguns casos este processo é inevitável, pois sem ser lapidada um pedra pode ferir e fazer sangrar, o amor também.

O fato de não mais suspirar, passar noites em claro, derramar lágrimas e não sentir palpitações descontroladas ao ver uma pessoa, não significa que o amor tem sido falso ou em vão, ele apenas não foi alimentado, sentiu-se sozinho na estrada e mudou de rumo, mas continuou sendo amor em uma de suas diversas faces.

" O amor não espera nada em troca." Isso só serve para mães e para o Pai. Definitivamente não se aplica em nenhum outro caso, acredite.

Sentimento precisa ser cultivado, não basta plantar.Precisa de troca, não basta doar-se inteiramente, é preciso receber, caso contrário o  amor se esgota, se cansa e muda de estrada.

Enfim, amor é isso tudo, esse tudo que quase não cabe no cérebro e por isso vive migrando para o coração, sempre acha que lá vai ter mais espaço e acaba extrapolando na maioria das vezes.

Amor é aquele romance que não deu certo, é aquela raiva inofensiva da outra pessoa, é aquela vontade de esquecer o pretérito tão imperfeito que se passou, é a amizade que se constrói com o tempo, é a preocupação reprimida que se tem com quem já foi o motivo da sua insônia. Amor é tanta coisa que nem dá pra definir.Tem tantas facetas que às vezes,confunde.

Amor deve ser isso, que faz a gente falar de alguém em um tom mais suave, não importa quanto tempo tenha se passado desde o começo ou depois do fim.

Já dizia Camões que " Amor é fogo que arde sem se ver [...]", e agora (eu) digo, que  amor é uma chama que nunca se apaga, não importa quão forte o vento esteja.

"[...] É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder [...]"

Luís Vaz de Camões