Durante esses meus longos,turbulentos, tediosos e incomparáveis dezesseis anos,julgo ainda não ter vivido nada.Pois tenho em mim uma certeza plena de que mal comecei a desenrolar esse emaranhado de linhas que se cruzam e entrelaçam-se e transformam-se em minha vida.
O pior é que quanto mais tento desfazê-las,mais elas resistem.Penso tantas vezes em cortar o pedaço de linha que me impede de desenrolar,mas acabo por convencer-me que não é a pobre e singelo pedaço que ata minhas mãos;sou eu mesma.Desatar ou embaraçar mais ainda o novilho da minha vida,depende tão somente de minhas atitudes,do que penso,do que almejo.
Amadurecer ou continuar com vestígios de infantilidade depende do meu empenho ao desatar os nós.
O que seriam esses nós,essas linhas embaraçadas? Talvez sejam minhas relações conflituosas que tanto me atormentam,ou talvez seja essa minha terrível e adorável mania de transportar-me ao meu mundo interior e esquecer-me de que tenho que voltar.
Quando não se expõe tanto o que se pensa, quando se reflete demais sobre algo a ser feito deixando assim a oportunidade de fazê-lo literalmente descer pelo ralo,se tem muitos nós a desfazer.Isso leva um tempo incontável e exige uma paciência que não se esgote na centésima tentativa.
Talvez você se pergunte o por que dessa foto acompanhando este rascunho mal acabado e mal feito de texto.
Perdoe-me;mas ficarás sem resposta.Nem eu mesma entendo a relação entre ambos.Só sei que ao vê-la,de repente comecei a escrever e desenrolei mais um pedaço de linha embolada da minha vida.
Usei-a para tecer com palavras o que transbordou do meu coração.