Perceba-me como um pequeno barco
abandonado em um velho cais
procurando refúgio em algum lugar
silenciosamente, um vestígio qualquer de paz
olho para o mar e sou tomado pelo medo
só o canto dos pássaros me acalma
mas logo se torna enfadonho, mesmice
tão sem rumo quanto o balançar destas águas
que me levam e me deixo ir
ao desconhecido, ao incerto, ao mar
não sei o caminho, não tenho trilha
não sei partir, não sei voltar
mas se o mar me der paz
se o mar me ajudar a ouvir minha própria voz
disposto estou a navegar sem rumo
sem caminho
sem trilha
sem ver
sem ter
só sendo,
sendo quem sou,
sem porque, sem pra quê,
só por ser.
...Mar, me presenteie com um pouco de paz
afaste de mim toda palavra que o vento traz.
Hoje eu só quero me ouvir um pouco
eu só quero me lembrar de quem eu sou.
[J. M.]
[J. M.]
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