quarta-feira, dezembro 28

Sempre


Longe
Sempre longe...

É assim que a gente tem que viver, não é?
Pra ir esquecendo um do outro aos poucos
Pra eu ir tirando o que existe de você em mim
E você ir se livrando das minhas pegadas

Longe
Sempre longe...

Quase sempre
Isso porque nunca resisto
Um dia sem você, mesmo longe
Vira uma semana, mês, ano
É eternidade fracionada em partes longas

Longe
Sempre longe...

Mesmo querendo perto.
Sempre perto...


sábado, dezembro 17

Para pendurar na sua parede mais bonita...

Para ler ao som de "Fotos na estante - Skank"


E eu pintei um belo quadro do nosso amor pra você, coloquei um pouco de tudo aquilo  que você mais gosta. O enchi de diversas cores, o fiz feliz.
Nele eu pintei meus sentimentos, contornei todos os momentos e as lembranças de nós dois. Só não se assuste com alguns borrões, são apenas algumas dores que eu sinto inflamar no  meu peito quando penso que não posso ter-te comigo.
Saiba que antes de você aparecer neste meu ateliê chamado vida, eu tinha apenas uma tela branca guardada no quartinho velho. Cheguei a pensar que nunca iria usá-la, pois desde sempre soube que era reservada para o meu amor e sinceramente, nunca acreditei que ele fosse aparecer.
Porém depois que você chegou, não sei como mas eu percebi uma pequena semelhança entre você e o amor que eu tanto esperei.
Se você olhar bem para o quadro do nosso amor vai enxergar todos os teus gestos, sorrisos, olhares numa verdadeira contemplação feita pelo meu coração.
Eu pintei com tanto afinco, me vi passar noites em claro, esquecer do tempo e dos outros, esquecer que existia um mundo além de você.
Quando terminei, não achei papel de presente tão bonito que fizesse jus àquela obra, resolvi fazê-lo com meu próprio coração, com a minha vontade insaciável de você fiz um belo laço para enfeitar.
 Fiz até dedicatória à mão! E se você olhar está bem ao lado de algumas pétalas espalhadas pelo chão de um bosque.
Triste é saber que você jamais quis pendurar em tua parede o quadro do nosso amor, você apenas o abriu e jogou o embrulho fora com laço e tudo, nem reparou que era o meu próprio coração.
Eu quis de volta mas você não devolveu, nem sei bem o motivo. Só sei que ele ainda está com você em algum lugar da tua casa, guardado ou jogado em qualquer canto.
Eu apenas queria que você se decidisse de vez entre pendurá-lo na sua melhor parede ou devolvê-lo a mim para que eu possa deixar a tela reservada para o meu amor, branca novamente.
Só te peço que repare no cantinho do quadro...Consegue ver minha saudade disfarçada de lua minguante? Saiba que hoje está feito lua cheia em um céu sem estrelas, que me diz que a qualquer momento pode chover.


Ainda não encontrei meu coração.
Em qual lata de lixo você o jogou?
Só achei o laço, jogado por aí
E esse eu realmente queria ter perdido pra sempre...


sexta-feira, dezembro 16

Sim, Não, Se.

Para se ler ao som de "Se- Djavan"

A gente vive complicando a vida, sendo que basta significar o nosso "sim" e o nosso "não" pra poder desemaranhar as decisões.


É SIMPLES!
Se o seu "sim" for sim, deixe isso claro, se o seu "não" for sim, deixe isso claro também, ou melhor, reluzente. E vice-versa, sem subentendidos.
Enigmas são até interessantes, mas quando você tenta por muito tempo desvendá-lo e não obtém êxito, você se cansa e desiste. E não tem essa de dizer que é necessário persistir e muito menos dizer que desistir é para os fracos. Desistir meu caro, é para os inteligentes. Tentar recolocar pétalas arrancadas em flor é desperdício de tempo!

E dizer “não" quando os olhos dizem "sim",
É querer encontrar outro olhar que entenda
 Que nem tudo que realmente vale à pena
Fica assim tão claro pra se entender.
Vai saber por quê...

quinta-feira, dezembro 15

Quero sementes...





"Paciência, menina!"

As pessoas vivem dizendo para eu ter mais paciência, como se conhecessem a paciência que tenho em demasia dentro de mim. Sou paciente sim, na verdade uma " paciente" quase em estado de coma!
As pessoas dizem que eu nunca espero nada, que quero tudo do meu jeito, que murmuro demais e sou teimosa.
Mas se eu estacionar na paciência que já tenho e ainda buscar ter a paciência que me mandam procurar, eu vou acabar completamente inerte do presente, do passado e do futuro, vivendo de algo que não existe, mas que devo esperar. Entende? Eu também não entendo.
Bem que podiam me pedir pra cultivar outra coisa. Meu jardim está bem cheio, tem paciência demais, compreensão à vontade e prudência por todo lado. Também têm algumas pragas, não nego; um medo crescendo sem limites, umas rosas indecisas que não parecem saber para onde crescer e já estão espalhando-se por todo o jardim.
Peçam-me pra cultivar mais atitude ao invés de paciência!
Só tem um pé dessa flor aqui no meu jardim e ele não tem crescido. Continua mirrado e sem vida, ficou assim desde que uma praga, a omissão, chegou por aqui. A omissão foi contida, felizmente, mas o meu pezinho de atitude não mais reagiu.
Peçam-me o que eu não tenho no jardim, preciso conhecer novas flores, posso também visitar outros jardins. Ofereçam-me pássaros também, gosto de pássaros. Vê-los voando livre me faz querer voar também.
Peçam-me, pois com tanta paciência brotando em mim aprendi a esperar que me peçam e que me falem e sinceramente, já me cansei disso!

 Peguei você pra mim
Como a um bandido
Cheio de vícios
E fiz assim, fiz assim...

Reguei com tanta paciência
Podei as dores, as mágoas, doenças
Que nem as folhas secas vão embora
Eu trabalhei...
(Minha herança: Uma flor - Vanessa da Mata)





quarta-feira, dezembro 7

Menina-coração


Brincando com meu próprio coração, eu descobri suas artimanhas.Quer comandar sempre, possuir-me integralmente sem quaisquer tentativa de diálogo com minha razão.Eu passei tempos brincando com meu coração, desbravando seus labirintos, desvendando seus mistérios.
Dizem que amamos com o cérebro e não com o coração. Que seja! Sabe-se lá se esse meu coração que ama está no peito ou na cabeça.Acho mesmo é que coração é uma menina espevitada que vive aprontando dentro de mim, vive num vai e vem, transitando por um jardim com portões em meus olhos, flores em meu pensamento e uma mata escura e perigosa no peito.
Essa menina-coração não se preocupa comigo, não amadurece nem cresce. Parece irreal!
Sei que não devia mas gosto muito dessa menina. Tenho medo de um dia perdê-la. Sabe-se lá se a minha menina-coração peralta e aventureira resolve fazer trilha na mata escura.
Não! Lá há sentimentos perigosos, minha menina-coração não saberia como voltar, e mesmo se soubesse poderia ficar presa por algum sentimento forte o bastante para aprisioná-la.
Enquanto não conheço os perigos desta mata escura que fica aqui perto do peito pulsando como se tivesse uma vida, como se gritasse angustiantemente pedindo algo, prefiro que a menina-coração continue assim com seu jeito inconsequente e espoleta, que vive correndo pelo jardim ralando seus joelhos e escondendo-se de jardineiros desconhecidos e curiosos que sempre fitam os portões do jardim querendo descobrir alguma coisa sobre a menina-coração que aqui vive.
Deixe ela aqui, ao menos sei que mal algum pode me fazer. A criei desde pequena, ficou um pouco indisciplinada eu sei, mas é feliz assim.
Traz uma alegria nos olhos e uma paz no sorriso. Ela não pára! Quer sempre colher novas margaridas no jardim pra brincar de bem-me-quer.
É que certo dia, um moço fitou os portões do jardim e a minha menina-coração despercebida acabou por fitar seus olhos também. O moço lhe jogou uma flor diferente das que haviam no jardim, era uma rosa vermelha tão perfumada quanto àquelas que a menina-coração conhecia. Desde então, ela vive à despetalar flores, com um tal de "bem-me-quer, mal-me-quer...". Tem deixado os portões destrancados, esperando ansiosa a visita do moço que lhe roubou o bem querer.

Bem-me-quer, mal-me-quer.
Bem-me-quer, mal-me-quer?

Como assim seu moço?