quarta-feira, dezembro 30

Meu bem


Eu sei que você não faz ideia do que aconteceu com a minha vida depois que você chegou. Eu sei, eu sei, finjo muito bem! Mas desde aquele dia em que você me olhou nos olhos e me recitou um poema de rimas ruins, só pra me fazer sorrir da sua capacidade de ser tão bobo e engraçado, eu comecei a te ver com outros olhos. Claro que não foi por causa do seu poema horrendo e clichê!
Acho que foi com o tempo e eu não percebi. Ás vezes parece que fui me apaixonando por partes, sabe? Você me conquistou descaradamente e se escondeu no porão do meu peito. Arrumou a bagunça que outra pessoa tinha deixado, quando fugiu dele e jogou as chaves na lixeira.
Mas agora tenho medo de dizer o que sinto. Nós somos tão amigos, dividimos tanto de nós mesmos um com o outro. Eu fico apreensiva e desesperada só de pensar na possibilidade de você achar que estou sendo tola e confundindo as coisas. Porém, fico surtando e roendo as unhas toda vez que penso, imagino, fantasio longinquamente a possibilidade mínima de você dizer que sente o mesmo por mim.
Eu finjo bem, eu sei. Mas está começando a ficar difícil sufocar toda a vontade que tenho de te dar todo o meu amor e de te fazer todas as juras que guardo no peito, desde o dia em que você abriu meu porão e pôs aquela música pra tocar.


Para ler ao som de "Pétala - Djavan".


Nenhum comentário:

Postar um comentário

E o que dizes afinal?