sábado, outubro 2

Andei sentindo um gostinho bom...


Tem coisas que a gente não esquece nunca
É coisa gostosa de recordar
dá um vontade inquietante de viver de novo
tudo do mesmo jeito!
São momentos bons
Riso solto
Abraço de urso
Cafuné com amor
Talvez sejam lágrimas eufóricas 
Quem sabe uma declaração de amor?

Deixa saudade no peito 
Enche a vida da gente com um gosto bom de quero mais.
A saudade aqui não se faz vilã
Ela cordialmente  acompanha nossas "coisas" em passeios
 nos quais visitam sempre as nossas memórias
perpassam vagarosamente  os nossos sentimentos 
 e eternizam-se no descompasso do coração.

Saudade anfitriã,
estou à sua espera
a porta da memória está aberta.
 Ande logo! Não te demores em chegar
para eu sentir o gosto bom que existe no recordar.

quarta-feira, setembro 29

Enfim os 17 ....


Enfim,os meus 17 anos!
Não que eu esperasse ansiosamente por essa idade,mas não achei frase melhor para iniciar o que vou dizer.
Normalmente ao longo da minha vida,o dia do meu aniversário era esperado por mim com a maior expectativa,um mês antes eu planejava os mínimos detalhes. No dia vinte e nove de setembro eu tinha a a obrigação de ser feliz.
Mas  aí o tempo passa,e com o seu decorrer eu fui me desapegando a esses detalhes.
Deixei de ficar pensando se alguém iria lembrar do dia em que eu tratava exclusivamente como meu,ficava ansiosa por saber quais presentes ganharia.Isso passou!

Acho que aniversário na tradução da vida escreve-se maturidade, não que obrigatoriamente todas as pessoas amadureçam ao envelhecer.
Eu tornei-me mais madura nas minhas atitudes e até mesmo no meu silêncio.Passei a enxergar a vida e seus obstáculos por um outro ângulo.E se tem uma coisa que a maturidade nos ensina é ter amor-próprio.
Quando se passa dos quinze, deixamos de ser tão egoístas.Não são mais os presentes que iremos ganhar que nos farão felizes naquele dia, e sim o fato de sentir-se amada por algumas (mesmo que pouquíssimas) pessoas.
A minha maior alegria hoje,é olhar-me no espelho e ver o quanto mudei,não é que eu esteja mais bonita exteriormente,é que meus olhos hoje têm um brilho diferente.
Não dá pra explicar é como se a cada ciclo completado da minha existência eu tivesse ganhado um brilho extra nos olhos,um amor novo no peito e uma caixinha de recordações pra recomeçar.
A caixinha é pra não deixar pra trás aquilo que cativei durante toda minha vida e que se tornou essencial,
as coisas que não me servem para nada tornam-se inúteis para mim,e aí a gente joga fora pra aliviar o peso;mas mantém a experiência de tudo o que foi vivido.
 Fico feliz hoje por ter quem me quer bem ao meu lado.
Por poder dizer : Deus,muito obrigada!
Por ter uma música boa pra cantar e um abraço de verdade me esperando.

E hoje sei que não há melhor presente para se receber do que um ombro amigo,um cafuné,um abraço e um olhar sem palavras...


terça-feira, setembro 21

E quando eu menos esperava...


A tempos percebi que ela vinha sondando-me e notando detalhadamente cada passo meu.Agora eu sei que ela buscava descobrir minha fraqueza e, quando finalmente encontrou meu calcanhar de Aquiles não demorou muito para revelar-se e roubar-me de mim.
Tão astuta e presunçosa, sequestrou-me e fez-me sentir uma necessidade absurda e sufocante do outro.Eu que costumava viver num mundinho feito por mim e para mim,vi-me ansiando pelos mundinhos alheios que antes eram tão estranhos e inexistentes para meu coração egoísta.
A Carência fez-me abandonar a inércia moribunda em que eu vivia e pôs em meus olhos antes tão embassados,o par de óculos da realidade para que eu pudesse enxergar.
Ela insiste em provocar-me,não deixa-me em paz por um instante e, eu sem armas para lutar contra ela,pois nunca a combati, viro marionete em suas mãos audaciosas.
Eu que antes queria silêncio e solidão,hoje busco cada vez mais um pouco de "gente" por aí.
Eu até pouco tão rígida ao menor contato humano,ando ansiando por um cafuné vagaroso nos meus cabelos anelados,desejando um colo que seja só meu pra hora que eu quiser.
Ah Carência! Não sabes o mal que me fazes!
Com tanto coração chocho e endurecido por aí,fostes escolher logo o meu?
Ele que há tanto tempo não incomodava-me,morria aqui dentro de mim sem ao menos sussurrar um pedido de socorro.
Olha o que fizeste Carência! Despertastes em mim o que eu mesma havia feito adormecer.
Acordaras o meu belo adormecido coração com esse seu beijo instigador.
Agora querida Carência,se queres tanto que eu ame, diga-me ao menos a quem.
Pois se mais uma vez meu coração se machucar,o sono e a tristeza serão mais fortes que tu.
Se ele sangrar minha Carência,mais uma vez adormecerá.E por favor,não venha sondar-me novamente.


E afaste-se com seus beijos!
Meu belo adormecido sente-se melhor assim.


sexta-feira, setembro 17

Se acaso lembrar-se





Lembra-se daquele dia?
Eu procurava um jeito de dizer-lhe sem palavras o que meu coração pulsava.
Não queria dizer um "Eu te amo" banal,ou melhor,banalizado.
Tentei fazer com que visse em meus olhos,enquanto eles reluzentes e esbugalhados numa timidez sem medida, falavam ininterruptamente,mas você nem sequer fitou-os o suficiente para conseguir ouvi-los.
Meus lábios balbuciavam qualquer coisa e minhas mãos transpiravam um suor frio que me desesperava.
Sua indiferença me confundia me aterrorizava,quem dera eu ser vidente pra desvendar teus pensamentos.Mas o que digo? Videntes nem sequer lêem pensamentos. Estupidez minha,perdoe-me!
Acho que nem deves lembrar daquele dia.Mas eu jamais o apaguei de minha memória.
Naquela tarde de verão,eu recolhi tudo que era meu,os sentimentos sufocados,os beijos apenas desejados,os anseios que me tomavam e toda a dor de amar-te em silêncio.
Talvez tenha sido covardia minha,abandonar o navio em plena tempestade.
Tempestade? Ora essa que tempestade?
O mar em que estávamos nem sequer movia-se,nosso barco padecia no mesmo cais.
Talvez eu tenha errado em desistir.Talvez,quem sabe.
Mas se eu tivesse ficado continuaria alimentando-me de ilusões,recebendo apenas as esmolas que o seu coração me doava sem nem sequer perceber;enquanto meu coração faminto,vivia sempre à espera de mais um pouco.
Acho que foi melhor assim. Acho mesmo.Hoje eu já não vivo mais pensando em você.Ando só,perambulando nesse mundo,matando a cada dia um pouco da vontade e um tanto da saudade que vive em mim.
Saudade de ti?Não meu bem,não a cultivo mais!
Essa saudade tão gostosa e tão cruel que me toma. Ah,essa eu tenho de mim mesma. 

Aliás,lembra-se daquele dia?