terça-feira, setembro 21

E quando eu menos esperava...


A tempos percebi que ela vinha sondando-me e notando detalhadamente cada passo meu.Agora eu sei que ela buscava descobrir minha fraqueza e, quando finalmente encontrou meu calcanhar de Aquiles não demorou muito para revelar-se e roubar-me de mim.
Tão astuta e presunçosa, sequestrou-me e fez-me sentir uma necessidade absurda e sufocante do outro.Eu que costumava viver num mundinho feito por mim e para mim,vi-me ansiando pelos mundinhos alheios que antes eram tão estranhos e inexistentes para meu coração egoísta.
A Carência fez-me abandonar a inércia moribunda em que eu vivia e pôs em meus olhos antes tão embassados,o par de óculos da realidade para que eu pudesse enxergar.
Ela insiste em provocar-me,não deixa-me em paz por um instante e, eu sem armas para lutar contra ela,pois nunca a combati, viro marionete em suas mãos audaciosas.
Eu que antes queria silêncio e solidão,hoje busco cada vez mais um pouco de "gente" por aí.
Eu até pouco tão rígida ao menor contato humano,ando ansiando por um cafuné vagaroso nos meus cabelos anelados,desejando um colo que seja só meu pra hora que eu quiser.
Ah Carência! Não sabes o mal que me fazes!
Com tanto coração chocho e endurecido por aí,fostes escolher logo o meu?
Ele que há tanto tempo não incomodava-me,morria aqui dentro de mim sem ao menos sussurrar um pedido de socorro.
Olha o que fizeste Carência! Despertastes em mim o que eu mesma havia feito adormecer.
Acordaras o meu belo adormecido coração com esse seu beijo instigador.
Agora querida Carência,se queres tanto que eu ame, diga-me ao menos a quem.
Pois se mais uma vez meu coração se machucar,o sono e a tristeza serão mais fortes que tu.
Se ele sangrar minha Carência,mais uma vez adormecerá.E por favor,não venha sondar-me novamente.


E afaste-se com seus beijos!
Meu belo adormecido sente-se melhor assim.


sexta-feira, setembro 17

Se acaso lembrar-se





Lembra-se daquele dia?
Eu procurava um jeito de dizer-lhe sem palavras o que meu coração pulsava.
Não queria dizer um "Eu te amo" banal,ou melhor,banalizado.
Tentei fazer com que visse em meus olhos,enquanto eles reluzentes e esbugalhados numa timidez sem medida, falavam ininterruptamente,mas você nem sequer fitou-os o suficiente para conseguir ouvi-los.
Meus lábios balbuciavam qualquer coisa e minhas mãos transpiravam um suor frio que me desesperava.
Sua indiferença me confundia me aterrorizava,quem dera eu ser vidente pra desvendar teus pensamentos.Mas o que digo? Videntes nem sequer lêem pensamentos. Estupidez minha,perdoe-me!
Acho que nem deves lembrar daquele dia.Mas eu jamais o apaguei de minha memória.
Naquela tarde de verão,eu recolhi tudo que era meu,os sentimentos sufocados,os beijos apenas desejados,os anseios que me tomavam e toda a dor de amar-te em silêncio.
Talvez tenha sido covardia minha,abandonar o navio em plena tempestade.
Tempestade? Ora essa que tempestade?
O mar em que estávamos nem sequer movia-se,nosso barco padecia no mesmo cais.
Talvez eu tenha errado em desistir.Talvez,quem sabe.
Mas se eu tivesse ficado continuaria alimentando-me de ilusões,recebendo apenas as esmolas que o seu coração me doava sem nem sequer perceber;enquanto meu coração faminto,vivia sempre à espera de mais um pouco.
Acho que foi melhor assim. Acho mesmo.Hoje eu já não vivo mais pensando em você.Ando só,perambulando nesse mundo,matando a cada dia um pouco da vontade e um tanto da saudade que vive em mim.
Saudade de ti?Não meu bem,não a cultivo mais!
Essa saudade tão gostosa e tão cruel que me toma. Ah,essa eu tenho de mim mesma. 

Aliás,lembra-se daquele dia?

segunda-feira, setembro 6

Sem voltas.



Não dá mais pra voltar

 o barco está em alto mar...





Não dá mais pra negar o mar é Deus e o barco sou eu 
E o vento forte que me leva pra frente é o amor de Deus.
Não dá nem mais pra ver o porto que era seguro. 
Eu sou impulsionado a desbravar o novo mundo.


                                     Monsenhor Jonas Abib

Amor é


Sentimento&Pensamento


Quero cumplicidade
 pra junto com a simplicidade
descobrir como ser feliz

Desejo um pouco de temperança 
misturado com uma pitada de lembrança
pra me tornar eternamente  aprendiz

Aprendiz de um professor
Esse tão falado amor
do qual nunca desfiz

Quero achar na correria do dia-a-dia
um motivo real pra minha alegria
 Rir do teu riso e de tudo o que você diz

Preciso de um abraço apertado
um beijo doce e demorado

Talvez precise de você
mas se me perguntar porque, pra que
torna-me-ei infeliz

Porque amor não se conceitua
é muita audácia tua
Achar certo o que a razão diz

Amor é sentimento 
  Pensamento

Quero cumplicidade
 pra junto com a simplicidade
viver a vida como sempre quis.