sexta-feira, novembro 19

E é sempre assim


Ah o amor!
Vive a procurar lugar para morar
Hospeda-se sem pedir
Invade 
Acaba por machucar
Ferir 

E depois sem mais nem menos
Cansa-se do Coração-casa
É nômade
Inquieto
 Imprevisível

 De repente 
Vai-se embora
Deixando para trás as lembranças
 Fragmentadas em saudade

Vai-se embora para longe
Matando a cada dia
 Um pouco de mim

Deixando lacunas
Vazios 
E abismos
 Aqui

Neste lugar que eu desconheço
Que eu habito
Que eu me escondo

É bem aqui
Tão perto dos olhos
Amante dos risos

É bem aqui, amor
Dentro deste peito meu. 

sábado, novembro 13

Destinário : Ele

Revirando meus rascunhos acabei por encontrar o que escrevi pra que Ele pudesse ler.Infelizmente não leu,na verdade nem dava tanta importância assim pro que eu dizia e muito menos para o que eu escrevia.
Hoje,depois deste amor que era só meu ter morrido aqui dentro de mim, foi bom ter visto através desta verdadeira declaração que fiz a Ele o quanto eu posso tornar-me uma pessoa melhor quando estou amando alguém.




Meus sentimentos são tão reais, estão tão vivos,praticamente tocáveis e você  e não vê.Eu me preocupo contigo, com seus pensamentos,com o que acontece com você e você nem percebe.
Eu não tive culpa de não saber amar somente como amiga,não fui a culpada por ver em você um mistério que eu queria desvendar.Você mesmo sabendo,não me compreende!
Me confunde com suas palavras e com essas suas atitudes imprevisíveis.Me perco pensando se você tem medo de amar, se você já sofreu  por amor.
Me encorajo a dizer-te,a oferecer-te o remédio para as cicatrizes do teu coração,mas retorno a minha covardia e permaneço calada,amando silenciosamente.
Eu sinto a verdade desse sentimento,mesmo que não haja a reciprocidade que eu queria.Eu sei te amar na mesma intensidade como se houvesse,entendo seus defeitos e até ignoro-os.
Eu queria que você visse em mim,aquilo que eu vejo em você.Talvez não tenha tudo o que desejas para lhe oferecer, mas garanto que o meu melhor posso lhe dar.
Vou te compreender, te proteger, te respeitar, rir das suas tolices, chorar as tuas tristezas e entender tuas fraquezas.Vou amar-te exatamente como és e jamais pedireis para que sejas outra pessoa.
Serei teu tudo e teu nada.
Na verdade,eu queria apenas ser a tua pequena amada.

A B ... Ih! Esqueci.





Nem sequer aprendi a escrever ainda,ando como criança balbuciando palavras e em sua maioria confusas e embaraçosas.Eu ainda nem aprendi esse alfabeto complicado que a Vida teima em tentar ensinar-me a ler.
Minha cartilha desse ABC tão desordenado e complicado de se entender anda pelos quatro cantos da casa,rabiscada e faltando folhas.Essas páginas eu arranquei,julguei desnecessário aprender a Sofrer,a Perder e me Calar para Ouvir.
Porém,a Vida professora tão paciente e persistente nunca cansou-se de tentar ensinar-me novamente,deu-me outra cartilha com novas lições,pedindo para que eu ao menos tentasse aprender.
Bem que eu me esforcei,mas sou um pouco desobediente,uma educanda desaplicada,meu boletim é repleto de notas vermelhas e eu não consigo me acostumar a esta rotina de tentativas quase sempre frustradas.
Esta nova cartilha eu não rasurei e nem despedacei,e em meio às difíceis novas lições encontrei algumas que chamaram muito minha atenção,mesmo que eu ainda não soubesse o que significavam e muito menos soubesse lê-las.
Acabei pedindo então à querida professora Vida que me ensinasse,mas desta vez iria dar o melhor de mim,passaria noites em claro se preciso fosse,deixaria de lado as coisas que mais gosto para dedicar-me exclusivamente a estas lições.
Ela como sempre me apoiou mas deixou bem claro que poderia somente auxiliar-me em minhas descobertas,pois aprender a Amar,Perdoar,a Persistir e a Levantar depois de Cair dependeria somente e exclusivamente de mim mesma.





A cada dia aprendo uma nova lição.
Hoje aprendi a Esperar mais e a 
Correr atrás daquilo com o qual vivo
 a Sonhar,pois não há nenhuma cartilha 
da Vida que nos ensine a Desistir .

quinta-feira, novembro 11

E agora?


E o que fazer quando as palavras resolvem se ausentar?
Como agir quando um simples olhar faz estremecer todo corpo?
O que falar quando não se pode dizer o realmente se sente?
Como controlar um coração que insiste em querer 
o que não pode ter?

O que fazer com o silêncio quando ele resolve se hospedar?
Como separar a razão da emoção pra tentar entender esse "talvez"?
Como abstrair uma coisa que é tão boa de sentir?
Afinal,porque te quero tanto assim?